Sentado no vaso sanitário
Ordenado pela necessidade natural,
Eis o homem sem postura estudada,
Desprovido de orgulho, vaidade...
Sob as ordens da natureza
Imponderável, inflexível, ele ouve:
“Você tem que fazer aquilo que toda sua raça faz”!
... E ridiculamente sentado,
Tal qual um filósofo da fisiologia,
O homem sem roupa se mostra,
Numa humildade forçada.
Com diploma ou analfabeto,
Paupérrimo ou milionário,
Todos sentam...
Se a voluntariedade
Que existe nesse gesto de desprender-se,
Desnudar-se,
Entrega-se à quietude,
Fosse raciocinada,
Que bom seria!
Que bom seria se esse ritual
Fosse meditado em termos de provar as limitações;
Tirar a roupa não só da matéria,
Mas ficar nu diante de Deus
E não ter vergonha a ponto de buscar folhas de parreira.
Se essa humildade forçada,
Que é vista pelas quatro paredes,
Fosse espontânea e vivida lá fora,
Que bom seria!
Pois o filósofo da fisiologia,
Se meditasse um pouco,
Veria como é fétida e fraca a matéria!
Que bom seria, se o vaso sanitário
Não fosse um trono mal aproveitado.
Se na correria do cotidiano,
O homem parasse ali, para uma introspecção.
O mundo seria diferente
E as pessoas se converteriam
Na evacuação diária.
Que bom seria!
Que bom! Se em cada descarga,
O homem sumisse, não só com as fezes do corpo,
Mas com as fezes do espírito!
(Autor desconhecido, pelo menos por mim... rsrdsdrs...Mas esse texto serve pra tanta gente, mas tanta...)