Poesia Infeliz!
(Edson Filho)
Madrasta irritante!
Que berra todos os dias aos meus ouvidos,
E me ordena a todo instante,
A lembrança, aos gritos!
A minha labuta agonizante,
De construí-la e reconstruí-la,
Perfeita e inquietante!
Numa inspiração sublimada
Para criá-la texto, verso e rima arfante,
Com imagem, cheiro, lira e pantomima!
Perdido entre as palavras oníricas,
Como um mendigo fedido,
Esmolando em terras desconhecidas,
Vejo pingando centavo por centavo caído,
Na cuia dos pensamentos,
Versos soltos, incultos, absurdos e inconclusos.
Na ponta da caneta, desce suor, escorre sangue e desespero.
Nesta árdua tarefa de fecundá-la, tornando-se fonte de meus tormentos.
Poesia que nada! Meretriz traiçoeira! Amante infeliz!
Que me obriga a mergulhar nos meus sofrimentos,
E me torna essa máquina motriz de construir textos em rima sem fim!
Por que "palavras em retalhos"? Porque deixarei jogado nesta tela virtual, pensamentos soltos, desconfigurados, muitas vezes, ininterpretáveis. Na maior parte do tempo em que escrevo, não penso muito, só escrevo, deixo a caneta correr livremente no papel ou os dedos deslizarem e pularem no teclado, porque negro como sou, sou avesso aos grilhões, sejam eles quais forem... Prefiro a liberdade do condor com a ambição de Ícaro! Edson Filho
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
Blog do Paulinho: LULA , OS PELOS E A PELE
Blog do Paulinho: LULA , OS PELOS E A PELE: Em mais de trinta anos de vida política, Lula foi virado no avesso pelo conservadorismo nativo. A direita e seus ventríloquos midiáticos , ...
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Meu 13 de Maio é 20 de Novembro!
Eu encontrei um universo dentro de mim. Escondido no passado e no presente. A minha história negada, apequenada, roubada, camuflada, distorcida... Agora, descortinam meus olhos esperançosos de verdade, as novas histórias que se encenam.
Como uma criança aprendendo a andar, reaprendo a minha História! Venho passando a limpo, livros que deveria ter lido, histórias que deveria ter ouvido, autores que deveriam ter sido indicados, educadores que, de má-fé ou não, me ocultaram, minimizaram ou omitiram as histórias de um povo. Povo cujo sangue trago no corpo. Na alma, carrego seus espíritos inquietos, nos traços da minha caminhada, venho trilhando a linha que me leva a reencontrar outro homem no espelho e que me faz ter um outro olhar para a vida, para minha História!
Eu sou...
Sou liberto,
Sou África,
Berço da Humanidade!
Sou História,
Não me apequeno,
Busco a verdade...
Sou luta,
Sou movimento,
Sou ginga!
Sou quilombo,
Sou Ganga Zumba.
Sou brasileiro!
Sou esperança,
Sou negro orgulhoso,
Sou consciência!
Sou berimbau,
Sou capoeira,
Sou Zumbi, herói nacional!
Sou Palmares,
Sou União,
Eu sou a liberdade...
Sem alienação!
Edson Filho,
Por 20/11/11
P.S: Segundo Biko,
"A Consciência Negra é, em essência, a percepção pelo homem negro da necessidade de
juntar forças com seus irmãos em torno da causa de sua atuação – a negritude de sua pele –
e de agir como um grupo, a fim de se libertarem das correntes que os prendem em uma
servidão perpétua. Procura provar que é mentira considerar o negro uma aberração do
“normal”, que é ser branco. É a manifestação de uma nova percepção de que, ao procurar
fugir de si mesmos e imitar o branco, os negros estão insultando a inteligência de quem os
criou negros. Portanto, a Consciência Negra toma conhecimento de que o plano de
Deus deliberadamente criou o negro negro. Procura infundir na comunidade negra um
novo orgulho de si mesma, de seus esforços, seus sistemas de valores, sua cultura,
religião e maneira de ver a vida. "
Steve Biko
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
sábado, 17 de setembro de 2011
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Eu Tenho Tempo
Eu Tenho Tempo
Hoje, ao atender o telefone, meu mundo desabou.
Entre soluços e lamentos, a voz do outro lado da linha me informava que o meu melhor amigo, meu companheiro de jornada, havia sofrido um grave acidente, vindo a falecer.
As imagens de minha juventude vieram quase que instantaneamente à mente.
A faculdade, as bebedeiras, as conversas em volta da lareira até altas horas da noite, os amores não correspondidos, as colas, a cumplicidade, os sorrisos....
AHHHHH... os sorrisos....
Como eram fáceis de surgir naquela época.
Lembrei da formatura, das lágrimas e despedidas, e principalmente, das promessas de novos encontros. Em seus olhos a promessa de que eu nunca seria esquecido.
E realmente, nunca fui.
Perdi a conta das vezes em que ele carinhosamente me ligava quando eu estava no fundo do poço,. das mensagens que nunca respondi.
Lembro que foi o seu rosto que vi quando acordei de minha cirurgia do apêndice.
Lembro que foi em seu ombro que chorei a perda de meu amado pai.
Foi em seu ouvido que derramei as lamentações do noivado desfeito.
Apesar do esforço não consegui me lembrar de uma só vez em que tenha pego o telefone para dizer a ele o quanto era importante para mim.
Afinal, eu não tinha tempo.
Não lembro de procurar um texto edificante e enviar para ele.
Eu não tinha tempo.
Não lembro de ter ouvido os seus problemas.
Eu não tinha tempo.
Acho que eu nunca sequer imaginei que ele tinha problemas.
Não me dignei a reparar que constantemente meu amigo passava da conta na bebida.
Só agora vejo com clareza o meu egoísmo.
Talvez, e este talvez vai me acompanhar eternamente, se eu tivesse saído de meu pedestal e prestado um pouco de atenção e despendido um pouquinho do meu sagrado tempo, meu grande amigo não teria bebido até não aguentar mais e não teria jogado sua vida fora ao perder o controle de um carro.
Estas indagações que inundam agora o meu ser nunca mais terão resposta.
A minha falta de tempo me impediu de respondê-las.
Agora, escolho uma roupa preta, digna do meu estado de espírito, e pego o telefone.
Aviso ao meu chefe de que não irei trabalhar hoje, e quem sabe nem amanhã.
Pois irei tirar o dia para homenagear uma das pessoas que mais amei nesta vida.
Ao desligar o telefone, com surpresa eu vejo, entre lágrimas e remorsos, que para acompanhar durante um dia inteiro o seu corpo sem vida,
EU TENHO TEMPO!
PS: Já faz muitos anos que escrevi este desabafo no diário de minha vida.
Hoje estou casado, tenho dois filhos e todo o tempo do mundo.
Trabalho com o mesmo afinco de sempre, mas somente sou "o profissional" durante o expediente normal.
Fora dele, sou um ser humano.
Nunca mais uma mensagem da minha secretária eletrônica ficou sem pelo menos um "oi" de retorno.
Procuro constantemente encher a caixa eletrônica dos meus amigos com mensagens de amizade e dias melhores.
Sempre lembrando as pessoas de como elas são importantes para mim.
Abraço constantemente meus filhos, minha esposa, e minha família, pois os laços que nos unem são eternos.
Acompanhei cada dentinho que nasceu na boquinha de meus filhos, o primeiro passo, o primeiro sorriso, a primeira palavra.
Procuro sempre "fugir" com minha esposa e voltar aos tempos em que éramos namorados e prometíamos desbravar o mundo.
Esses momentos costumam desaparecer com o tempo.
Distribuo sorrisos e abraços a todos que me rodeiam.
Afinal, para que guardá-los.
Pelo menos uma vez por mês, levo minha família à praia.
Sempre que volto para casa, após este nosso encontro, volto recarregado de energia e de amor.
Mas, principalmente, carrego a certeza de que sempre terei tempo para o amor e suas formas mais variadas.
E, sabe de uma coisa, meu amigo eterno.
Eu sou muito, muito, muito mais feliz!
Entre soluços e lamentos, a voz do outro lado da linha me informava que o meu melhor amigo, meu companheiro de jornada, havia sofrido um grave acidente, vindo a falecer.
As imagens de minha juventude vieram quase que instantaneamente à mente.
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A faculdade, as bebedeiras, as conversas em volta da lareira até altas horas da noite, os amores não correspondidos, as colas, a cumplicidade, os sorrisos....
AHHHHH... os sorrisos....
Como eram fáceis de surgir naquela época.
Lembrei da formatura, das lágrimas e despedidas, e principalmente, das promessas de novos encontros. Em seus olhos a promessa de que eu nunca seria esquecido.
E realmente, nunca fui.
Perdi a conta das vezes em que ele carinhosamente me ligava quando eu estava no fundo do poço,. das mensagens que nunca respondi.
Lembro que foi o seu rosto que vi quando acordei de minha cirurgia do apêndice.
Lembro que foi em seu ombro que chorei a perda de meu amado pai.
Foi em seu ouvido que derramei as lamentações do noivado desfeito.
Apesar do esforço não consegui me lembrar de uma só vez em que tenha pego o telefone para dizer a ele o quanto era importante para mim.
Afinal, eu não tinha tempo.
Não lembro de procurar um texto edificante e enviar para ele.
Eu não tinha tempo.
Não lembro de ter ouvido os seus problemas.
Eu não tinha tempo.
Acho que eu nunca sequer imaginei que ele tinha problemas.
Não me dignei a reparar que constantemente meu amigo passava da conta na bebida.
Só agora vejo com clareza o meu egoísmo.
Talvez, e este talvez vai me acompanhar eternamente, se eu tivesse saído de meu pedestal e prestado um pouco de atenção e despendido um pouquinho do meu sagrado tempo, meu grande amigo não teria bebido até não aguentar mais e não teria jogado sua vida fora ao perder o controle de um carro.
Estas indagações que inundam agora o meu ser nunca mais terão resposta.
A minha falta de tempo me impediu de respondê-las.
Agora, escolho uma roupa preta, digna do meu estado de espírito, e pego o telefone.
Aviso ao meu chefe de que não irei trabalhar hoje, e quem sabe nem amanhã.
Pois irei tirar o dia para homenagear uma das pessoas que mais amei nesta vida.
Ao desligar o telefone, com surpresa eu vejo, entre lágrimas e remorsos, que para acompanhar durante um dia inteiro o seu corpo sem vida,
EU TENHO TEMPO!
PS: Já faz muitos anos que escrevi este desabafo no diário de minha vida.
Hoje estou casado, tenho dois filhos e todo o tempo do mundo.
Trabalho com o mesmo afinco de sempre, mas somente sou "o profissional" durante o expediente normal.
Fora dele, sou um ser humano.
Nunca mais uma mensagem da minha secretária eletrônica ficou sem pelo menos um "oi" de retorno.
Procuro constantemente encher a caixa eletrônica dos meus amigos com mensagens de amizade e dias melhores.
Sempre lembrando as pessoas de como elas são importantes para mim.
Abraço constantemente meus filhos, minha esposa, e minha família, pois os laços que nos unem são eternos.
Acompanhei cada dentinho que nasceu na boquinha de meus filhos, o primeiro passo, o primeiro sorriso, a primeira palavra.
Procuro sempre "fugir" com minha esposa e voltar aos tempos em que éramos namorados e prometíamos desbravar o mundo.
Esses momentos costumam desaparecer com o tempo.
Distribuo sorrisos e abraços a todos que me rodeiam.
Afinal, para que guardá-los.
Pelo menos uma vez por mês, levo minha família à praia.
Sempre que volto para casa, após este nosso encontro, volto recarregado de energia e de amor.
Mas, principalmente, carrego a certeza de que sempre terei tempo para o amor e suas formas mais variadas.
E, sabe de uma coisa, meu amigo eterno.
Eu sou muito, muito, muito mais feliz!
Essa mensagem é muito verdadeira, não conheço o autor, mas ela faz a gente refletir sobre nossas atitudes em relação ao outro, que tanto nos faz bem e a gente se acha no direito de ignorá-lo(a), seja quem for, conhecido ou não. Acho que está música do Michael Jackson tem um pouco haver com isso)
domingo, 4 de setembro de 2011
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